Depois de quase um ano fechado, a Itaipu voltou a abrir seu vertedouro. O nível baixo do Rio Paraná prejudica a navegação na hidrovia que liga regiões produtoras de soja do Paraguai e Argentina aos portos de Buenos Aires e Uruguai. Desde os primeiros 40 minutos da madrugada de segunda, 18, a usina começou a liberar água para ajudar a aumentar o nível do Rio Paraná a jusante.
Até 30 de maio a usina deve contribuir diariamente com a vazão defluente média de 8,5 mil metros cúbicos por segundo, permitindo que o nível do rio à jusante da Usina suba entre 2 e 3 metros, segundo o superintendente de Operação da Itaipu, José Benedito Mota Júnior. O superintendente de Operação da Itaipu disse que a abertura do vertedouro é necessária para ajudar a Itaipu a completar a defluência de 8.500 metros cúbicos por segundo, porque a usina tem produzido bem abaixo de sua capacidade e não consegue toda essa defluência média diária apenas com a geração de energia. A causa é a redução da demanda por energia elétrica, tanto no Brasil como no Paraguai, devido às medidas de prevenção ao novo coronavírus. Assim, o que não for atingido com a água turbinada (isto é, que produz energia e volta para o rio), será compensado com a abertura do vertedouro, utilizando a água do reservatório. Ele estima que o reservatório da usina será deplecionado (rebaixado) em 1,5 a 2 metros. Mesmo com o rebaixamento, a usina continuará em plena condição de operar, visto que a demanda por eletricidade deverá demorar até normalizar.
A medida vai possibilitar o escoamento da safra de grãos do Paraguai e da Argentina até o Porto de Paranaguá. A longa estiagem prejudica a navegação no Rio Paraná, dificultando o transporte de grãos da Argentina e do Paraguai para os portos de Buenos Aires e do Uruguai. Sem essa operação de Itaipu, os países vizinhos teriam prejuízos.
A abertura controlada do vertedouro da usina de Itaipu, com a consequente elevação do nível do Rio Paraná a jusante (abaixo) da barragem, em aproximadamente três metros, permitiram a movimentação de mais de 150 barcaças e a volta ao trabalho de aproximadamente 500 trabalhadores somente no Paraguai. A informação é do vice-presidente do Centro de Armadores Fluviais e Marítimos do Paraguai, Juan Carlos Muñoz.
É pela hidrovia Paraguai-Paraná que passa grande parte da produção agrícola do Paraguai e da Argentina em direção aos portos de Buenos Aires e Montevidéu, no Rio da Prata. Após acordo entre as chancelarias, a Itaipu iniciou a abertura intermitente do vertedouro, que estava fechado havia quase um ano. Com a abertura e o aumento do nível do Rio Paraná, mais de 200 mil toneladas de soja, avaliadas em US$ 60 milhões, poderão seguir para o mercado exterior. Os primeiros comboios começaram a passar pela eclusa da barragem de Yacyretá (usina binacional pertencente ao Paraguai e a Argentina) já na terça-feira (19). A medida também facilitará a movimentação de barcaças vazias para embarcar aproximadamente mais 1,5 milhão de toneladas de soja, que representam mais US$ 600 milhões, de acordo com Muñoz.
A estiagem histórica prejudicou o transporte fluvial de 200 mil toneladas de soja produzidas nos departamentos de Alto Paraná e Itapúa, o equivalente a US$ 100 milhões em exportações. “Foi um grande alívio e uma grande ajuda o fluxo de água que Itaipu começou a liberar”, comemorou Muñoz, em texto publicado pela imprensa paraguaia. “Tínhamos 152 barcaças paradas havia 50 dias por causa da baixa do rio”, completou.
O vertimento deve durar até o final de maio, com a liberação (defluência média) de aproximadamente 8.500 metros cúbicos de água por segundo (considerando vazão turbinada e vertimento). Somente nesses primeiros quatro dias, a elevação média do nível a jusante foi de aproximadamente três metros. O vertimento médio foi de 440m3/s. A operação com o vertedouro não afeta a produção, já que a demanda de energia no Brasil e no Paraguai caiu devido às medidas de controle da pandemia de covid-19.
Cuidados
A Itaipu e a Defesa Civil alertam a população sobre o aumento da vazão. Nos últimos tempos, o rio, próximo à Ponte da Amizade, havia virado um roteiro de visitação para registros de fotos por causa da seca histórica.
Cena rara
Vertedouro da usina de Itaipu abre de forma ininterrupta por mais de 24 horas
Foi no último sábado (23), o vertimento começou de madrugada e deve parar só no domingo (24). Abertura por mais de um dia seguido ocorreu pela última vez em junho de 2019. Uma cena rara, registrada na usina de Itaipu. A hidrelétrica começou a verter, no sábado (23), de madrugada, por volta da 0h30 e permaneceu assim até domingo (24), de forma ininterrupta. É também a primeira vez que o vertedouro fica aberto num fim de semana com as atividades suspensas do turismo, que deve reabrir gradativamente a partir do dia 10 de junho, aniversário de emancipação política de Foz do Iguaçu.
O último grande vertimento durou de 4 de junho até 10 de junho 2019. Na ocasião, a medida foi para regular o nível do reservatório e a segurança da barragem. Naquele mesmo mês, ocorreu novo vertimento, no dia 19, por cerca de três horas e meia. Neste domingo, a abertura do vertedouro deve repetir a mesma programação, seguindo orientações do Operador Nacional do Sistema (ONS), de otimizar água e energia.
Por volta das 11h deste sábado, o reservatório estava operando na cota 218,7 metros acima do nível do mar. Já a jusante (abaixo da usina), a água chega ao nível 99,5 metros. Esse volume, no entanto, pode oscilar em torno de 2 metros durante o dia. Embora a cena seja linda, ela normalmente só ocorre com excesso de água. Mas esta é uma exceção: excepcionalmente, a abertura acontece para ajudar os países vizinhos e só é possível em função da baixa demanda de energia no momento. Abaixo de Itaipu, o nível do rio estava muito baixo, o que inviabilizava a navegabilidade de grandes embarcações.
Live solidária
O retorno da atividade turística é um dos desdobramentos do Programa Acelera Foz, que promoverá uma live com o artista iguaçuense Gabriel Smaniotto, no dia 10 de junho, no Mirante Central da Itaipu. A iniciativa marca a retomada do turismo de Foz do Iguaçu, que está se preparando de maneira segura para receber turistas novamente.
A reabertura do Destino Iguaçu será gradativa e faz parte das iniciativas do Acelera Foz, programa de aceleramento da economia da cidade que trará ganhos para toda a região do Oeste do Paraná e da fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. A live terá um fim filantrópico: as doações durante o show serão destinadas para profissionais do setor, como guias, camareiras e outros. Durante a live, todos os atrativos serão exibidos em vídeo no fundo do palco.
As últimas lives de Gabriel tiveram em média 65 mil visualições. Como o cantor mora em Foz do Iguaçu, não precisará fazer longos deslocamentos e todo tipo de aglomeração será evitada.
“É um esforço de todos pra ajudar nossa gente no recomeço da caminhada”, diz o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna.
Crédito das imagens:
Rubens Fraulini/Itaipu Binacional:
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Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional:
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Nilton Rolin/Itaipu Binacional:
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Caio Coronel/Itaipu Binacional:
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SkyTakes / Árvore Filmes:
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