O diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna, proferiu, na manhã desta quarta-feira (11), uma palestra aos alunos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), sobre a importância estratégica da empresa para o Brasil e o Paraguai. A cerimônia ocorreu no Cineteatro dos Barrageiros, que estava fechado desde março deste ano, e seguiu todos os protocolos de segurança sanitária, como distanciamento entre as pessoas, uso de máscara e distribuição de álcool gel.
Participaram do encontro os alunos do 1º ano dos cursos de Comando e Estado Maior, alunos civis do Programa de Pós-graduação em Ciências Militares do Instituto Meira Mattos, alunos do Curso de Gestão Estratégica e Planejamento Estratégico em Fronteiras do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf) e oficiais de nove países (Argentina, Chile, Equador, Estados Unidos, Guatemala, México, Paquistão, Paraguai e Peru).
“Estão aqui neste auditório os futuros dirigentes de nossa força armada”, disse Silva e Luna, que é doutor em Ciências Militares pela Eceme e foi instrutor nesta instituição criada em 1905 para preparar os oficiais superiores para o exercício de funções de estado-maior, comando, chefia, direção e assessoramento aos mais elevados escalões do Exército Brasileiro.
Em sua palestra, Silva e Luna explicou o contexto da criação da Itaipu Binacional, considerada um “milagre da diplomacia”, por decidir no ganha-ganha uma questão de fronteira entre Brasil e Paraguai. “A história do Brasil é uma história de fronteiras, tratados e limites e Itaipu está fortemente ligada a essa história”, contou.
Ele fez um apanhado sobre a missão da empresa, o orçamento, seu papel estratégico no fornecimento de energia aos dois países e como, no lado brasileiro, houve uma mudança de filosofia e gestão quando ele assumiu a Direção Geral, em fevereiro do ano passado. “A mudança está ligada a várias conjunturas, como a eleição do presidente Jair Bolsonaro e a necessidade de nos prepararmos para o cenário de 2023”, explicou, em relação ao ano em que será revisto o Anexo C, que trata das bases financeiras do Tratado da Itaipu.
Na nova gestão, foram tomadas várias medidas para uma política de austeridade na empresa, como, por exemplo, a concentração de todos os empregados – inclusive a diretoria – em Foz do Iguaçu. Também foi direcionado o orçamento exclusivamente para atividades com aderência à missão da empresa, o que possibilitou o investimento de Itaipu em obras estruturantes e que deixam legado para a região, como a construção da Ponte da Integração, a ampliação do Hospital Ministro Costa Cavalcanti e do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, entre outras, totalizando cerca de 300 projetos, somando mais de R$ 1,2 bilhão.
Ao final da palestra, os participantes puderam fazer perguntas. Silva e Luna foi questionado sobre a possibilidade de ampliar os investimentos da Itaipu em infraestrutura no cenário pós-2023, o que ele respondeu ser esta uma decisão de governos. Também foi questionado sobre o investimento da Itaipu em novas fontes de energia, e ele comentou sobre as iniciativas do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) em fontes eólicas, fotovoltaicas e de biomassa.
O diretor foi homenageado recebendo uma placa da Eceme. “Escutamos uma linha do tempo com passado, presente e futuro da Itaipu. No presente, houve uma quebra de paradigma, com a política de austeridade baseada na redução dos gastos, o que proporcionou melhorias para a sociedade”, discursou o major Eliezer de Souza Batista Júnior.
Também foi homenageado o superintendente de Segurança Empresarial da Margem Direita, general Juan Jose Casaccia Furiasse, que cursou o Eceme em 2001. “Na instituição, aprendemos sobre a importância do debate para chegar a melhor decisão, uma filosofia que compartilhamos juntos nas forças armadas dos dois países”, afirmou o general Casaccia.
Após a palestra, os convidados fizeram uma visita técnica à usina de Itaipu.
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