A premiação foi entregue nesta segunda-feira, 31, em Curitiba.
Prêmio terá segunda edição em 2016
Furnas Centrais Elétricas S.A., Home Care Cene Hospitallar e Feito Brasil Indústria de Produtos Artesanais Ltda. levaram ouro no Prêmio WEPs Brasil, nas categorias grande, média, micro e
pequena empresas, respectivamente. Elas estão entre as 20 organizações que se destacaram na promoção da cultura da igualdade de gênero em seus ambientes internos. A solenidade de premiação foi nesta segunda-feira (31), no Teatro Positivo, em Curitiba.
Durante a cerimônia, a diretora financeira executiva de Itaipu, Margaret Groff, idealizadora do prêmio e organizadora do evento, anunciou a realização do Prêmio WEPs Brasil 2016. “Essa segunda edição certamente irá repercutir ainda mais e, por consequência, o número de empresas participantes será ampliado”, disse Margaret.
Lena Peron, presidente da Feito Brasil, dedicou o prêmio a todas as mulheres brasileiras oprimidas. “Em um país como o Brasil ter esse reconhecimento é uma honra”, afirmou. A presidente da Home Care Cene Hospitallar, Sueli Noronha Kaiser, dedicou a premiação “a todas as mulheres presentes, vencedoras, trabalhadoras, poderosas”.
Olga Cortes Simbalista, diretora de gestão de Novos Negócios e Participações de Furnas Centrais Elétricas, falou da importância de estar representando a empresa na premiação. “É um prazer enorme estar aqui. Sou a primeira diretora de Furnas. Esse prêmio levanta questionamentos, faz dirigentes de empresas pensarem. Não tem nada melhor que o exemplo”.
Segunda edição do WEPs
Para a diretora Margaret Groff, “mais importante ainda será a possibilidade de ampliar a consciência no meio empresarial sobre a importância da equidade de gênero e do empoderamento da mulher”. E frisou: “Essa é uma luta que vale a pena, porque ela pode representar a sobrevivência das próprias empresas brasileiras e a garantia de que o País se aproximará daqueles que estão num estágio de progresso que, para nós, ainda não passa de um sonho”.
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, que entregou o prêmio para Furnas, disse que a luta das mulheres só terminará quando a equidade de gênero estiver incorporada à cultura dos povos. “Cada homem e cada mulher tem um papel importante para facilitar esse processo. Na Itaipu Binacional, quando assumi o cargo de diretor-geral brasileiro, em 2003, eram raros os cargos de chefia exercidos por mulheres. Onze anos depois, a situação é bem diferente, embora ainda esteja longe do ideal. Espero que uma diretora-geral venha me substituir”.
Premiadas
Na categoria empresa de grande porte, três empresas ganharam prata: Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – Chesf, Petrobras Distribuidora S.A e KPMG Auditores Independentes. Na categoria bronze foram premiadas as empresas Dudalina, Renault do Brasil S/A e PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes. Ficaram com menção honrosa Itaú Unibanco S/A, Kimberly-Clark Brasil, Eletrobras Amazonas Energia, Masisa do Brasil Ltda. e Whirlpool.
Na categoria de médio porte, a prata foi para a empresa Apetit Serviços de Alimentação. Nessa mesma categoria levaram bronze a Cruz Vermelha Brasileira - Filial do Estado do Paraná e a empresa Cahetel-TG Comércio de Alimentos Ltda. Já a Fundação Copel de Previdência e Assistência Social e a empresa Datacoper Software Ltda. ficaram com menção honrosa.
Na categoria pequeno porte, a empresa Ecofábrica Indústria e Comércio de Produtos Ecológicos Ltda. levou bronze.
A promoção do prêmio é da Itaipu Binacional, em conjunto com o Portal Tempo de Mulher e o Espaço das Mulheres Executivas do Paraná (MEX-PR), com a parceria de diversas empresas e instituições. A iniciativa tem a chancela do Pacto Global da ONU e da ONU Mulher, criadores dos WEPs.
Solenidade
Mais de 400 pessoas acompanharam a solenidade no Teatro Positivo, apresentada pelos jornalistas Dulcineia Novaes, repórter nacional da Rede Paranaense de Comunicação, afiliada à Rede Globo no Paraná, e Jasson Goulart, editor e apresentador da RPC.
A cerimônia foi aberta com a apresentação da performance “Triskle- o Elo do Empoderamento Feminino”. A performance leva o nome de um símbolo celta - Triskle representa as tríades da vida em eterno movimento e equilíbrio, copo, mente e alma. A apresentação foi feita pelas bailarinas Thayse Luchetta, Sharon Morgenstern e Simone Hidalgo.
Ao final, foi distribuída a segunda edição do livro “Mulheres, Elas Fazem História”, da autora Mayla Di Martino. O livro traz experiências profissionais, práticas e reflexões sobre a liderança feminina.
Prestígio
Participaram da solenidade de premiação, entre outras autoridades e convidados, o conselheiro especial do Pacto Global da ONU, Fred Dubee; o presidente do Pacto Global no Brasil, Jorge Soto; a diretora da ONU Mulher, Nadine Gasman; a diretora da Global Reporting Initiative (GRI), Glaucia Térreo; a presidente do Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Samyra Crespo; o diretor do Planeta Sustentável, Caco de Paula; e a jornalista e empresária Ana Paula Padrão.
Machismo
Ana Paula Padrão, apoiadora do Prêmio WEPs, falou sobre a importância da premiação para ajudar a mudar a cultura do País, que é machista e conservadora. “Não me surpreende a pesquisa do Ipea que mostra que a maioria dos brasileiros e brasileiras acha que se a mulher se comportasse haveria menos estupros”. Este dado aparece na pesquisa sobre Tolerância Social à Violência Contra as Mulheres, divulgada no último dia 27 pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). E complementou: “Essa pesquisa é mais uma que mostra o quanto precisamos avançar no tema equidade de gênero”.
Sustentabilidade
O presidente da Rede Brasileira do Pacto Global, Jorge Sotto, lembrou que o empoderamento feminino é fundamental para a sustentabilidade das empresas e do próprio planeta. Ele elogiou e agradeceu à Itaipu Binacional, com referência específica à coordenadora de responsabilidade social, Heloisa Covolan, que também é gerente do projeto WEPs e vice-presidente do Pacto Global no Brasil.
Longo caminho
A diretora da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasmann, ressaltou que é longo o caminho para atingir a igualdade de gênero no País. “Embora no Brasil as mulheres tenham melhor formação, isso não reverte em vantagem no mercado de trabalho: a taxa de desemprego feminino é o dobro que a masculina; a desigualdade de renda é maior e elas ocupam apenas 14% dos cargos executivos”.
Desenvolvimento e paz
O conselheiro especial do Pacto Global das Nações Unidas, Fred Dubee, disse que os grandes objetivos da ONU são o desenvolvimento e a paz e que, “quando as mulheres entram com seus valores em favor dessas áreas, o resultado é outro”.
Histórico
No dia 7 de outubro de 2010, como resultado de uma luta de muitos anos, a Assembleia Geral da ONU criou a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, denominada ONU Mulheres.
O Prêmio WEPs Brasil foi lançado exatamente três anos depois, em apoio ao que preconiza a própria ONU, que considera as empresas o melhor veículo para fazer acontecer a cultura de respeito à diversidade.
A ONU já constatou que os países com maior igualdade de gênero têm maior crescimento econômico e que as empresas com mais mulheres na liderança apresentam melhor produtividade.
Aprendizado
Das 186 empresas inscritas no prêmio WEPs, 75 estavam habilitadas tecnicamente para a disputa, por atenderem pelo menos a alguns dos princípios de equidade de gênero e empoderamento da mulher. Todas as regiões do Brasil estavam representadas. Dessas, 32 chegaram à final.
Entre os sete princípios de empoderamento da mulher, constatou-se que se destacou aquele que trata da educação, formação e desenvolvimento profissional das mulheres.
Quase 90% das empresas habilitadas relataram que fazem o acompanhamento formal de desempenho de homens e mulheres, sem discriminação, e que as empregadas têm as mesmas oportunidades de treinamento.
O percentual de atendimento ao princípio de número um, que trata do comprometimento da liderança da empresa com a equidade de gênero, atingiu 68%. Nesse item, cerca de 30% das empresas apresentaram pontuação próxima à nota máxima do Princípio.
Outros dados importantes são os programas de apoio à mulher trabalhadora, desenvolvidos por essas empresas:
- na promoção e apoio às gestantes, elas relataram a ampliação da licença-maternidade de quatro para seis meses;
- citaram a participação em campanhas como a Outubro Rosa e que são feitos exames periódicos específicos para as empregadas;
- o empreendedorismo feminino é incentivado em muitas das empresas, que também aumentaram a participação de mulheres em cargos de comando.
Nesse caso, há resultados concretos: em apenas um ano, o número de mulheres no quadro geral das empresas passou de 13% para 15%. Nos cargos de gestão, a participação subiu de 14% para 21% e cargos de diretoria saiu do zero para 45%. O empoderamento da mulher é uma realidade nessas empresas.
Vale ainda destacar que 6% das 75 empresas candidatas são signatárias dos WEPs e que 11 por cento delas são signatárias do Pacto Global.
Prêmio e experiência
Em 2013, a Itaipu recebeu da ONU o WEPs Leadership Awards, o que incentivou a empresa criar o WEPs Brasil 2014, como uma forma de propagar a cultura de equidade entre as empresas brasileiras de todos os portes. Desde 2003, Itaipu tem um programa voltado para essas questões.
O WEPs consiste em sete princípios:
1. Estabelecer uma liderança corporativa de alto nível para a igualdade de gênero.
2. Tratar todos os homens e mulheres de forma justa no trabalho – respeitar e apoiar os direitos humanos e a não discriminação.
3. Assegurar a saúde, a segurança e o bem estar de todos os trabalhadores e trabalhadoras.
4. Promover a educação, a formação e o desenvolvimento profissional das mulheres.
5. Implementar o desenvolvimento empresarial e as práticas da cadeia de abastecimento e de marketing que empoderem as mulheres.
6. Promover a igualdade através de iniciativas comunitárias e de defesa.
7. Medir e publicar relatórios dos progressos para alcançar a igualdade de genero.
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