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ITAIPU BINACIONAL: ANIVERSARIANTE ILUSTRE COMPLETA 37 ANOS EM SEU AUGE DE PRODUTIVIDADE

Itaipu chega aos 37 anos de geração no auge da produtividade
Desde 1984, usina binacional produziu quase 2,8 bilhões de MWh e é líder mundial em energia limpa e renovável. Produtividade é alta mesmo em ano de escassez hidrológica.
“Neste cenário desafiador, o foco é produzir energia com a máxima eficiência, aproveitando cada metro cúbico de água que chega à usina. E os resultados mostram que a Itaipu vem atingindo sucesso absoluto neste objetivo”, afirma o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general João Francisco Ferreira.

Às 12h40 do dia 5 de maio de 1984, há 37 anos, a Itaipu Binacional estabelecia um de seus mais importantes marcos históricos. Começava ali, naquele sábado, a produção comercial de energia da usina hidrelétrica, com a entrada em operação da primeira das 20 unidades geradoras do projeto. Foram gerados na ocasião 277 megawatts, em 50Hz, destinados ao mercado paraguaio. Para o Brasil, a transmissão em 60 Hz começaria alguns dias depois, em caráter experimental.

Nas quase quatro décadas seguintes, a usina de Itaipu se consolidou como líder mundial na produção de energia limpa e renovável e exemplo de produtividade para o setor elétrico. Hoje, com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, produziu cumulativamente quase 2,8 bilhões de megawatts-hora (MWh) – valor que deve ser alcançado entre a última semana de junho e a primeira de julho. Nenhuma outra usina do mundo produziu tanta energia.

Foto: Alexandre Marchetti

A maior produção anual foi a de 2016, quando Itaipu alcançou a marca de 103.098.366 MWh. Mesmo em anos de escassez hidrológica, como 2020, o mais seco da história (afluência 30% menor), a usina quebrou o seu próprio recorde de produtividade, com 1,0870 megawatt médio por metro cúbico por segundo (MWmed/m3/s), superando o ano anterior (1,0794 MWmed/m3/s).

Esse indicador estabelece a relação entre a quantidade de energia gerada com o volume de água que passou pelas turbinas. Este ano de 2021 não começou diferente. De janeiro a abril, a afluência foi 37% abaixo da média histórica para o período; mesmo assim, Itaipu registrou o melhor primeiro quadrimestre em 37 anos de geração, com 1,0855 MWmed/m3/s de produtividade média.

Foto: Alexandre Marchetti

A importância de Itaipu pode ser resumida em um dado: a usina binacional fornece mais de 14% de toda a energia consumida anualmente no Brasil, um país continental, com 212 milhões de habitantes; e quase 90% do Paraguai. Aqui vale mencionar que, quanto maior a geração em plantas hidrelétricas, menor a necessidade de acionar usinas térmicas – que são mais caras, mais poluentes, e deixam a tarifa final mais alta para o consumidor.

Para se ter uma ideia, a produção acumulada de Itaipu nesses 37 anos (hoje em 2,79 bilhões de MWh) seria suficiente para abastecer o mundo inteiro por 45 dias. Também atenderia o consumo dos Estados Unidos por 8 meses e 3 dias e da gigantesca China por 6 meses e 1 dia; ou o consumo do Brasil por cinco anos e dez meses e o do Paraguai, por 196 anos e 8 meses.

Foto: Alexandre Marchetti

Alguns fatores ajudam a explicar por que uma hidrelétrica que está produzindo energia há 37 anos se mantém no topo da produtividade, quebrando recordes sucessivos e impulsionando o desenvolvimento de Brasil e Paraguai. Um dos principais é a forte sinergia entre as quatro áreas binacionais da Diretoria Técnica: superintendências de Obras, Manutenção, Operação e Engenharia.

O entrosamento das equipes permite tirar o máximo proveito de cada uma das quatro variáveis que determinam a produção de energia em uma usina hidrelétrica: afluência (o fator menos controlável), disponibilidade das máquinas, sistema de transmissão em pleno funcionamento e demanda por energia elétrica.

Foto Caio Coronel

Manter barragem, instalações e equipamentos em condições de gerar energia, com segurança e confiabilidade, durante os 365 dias do ano, exige um planejamento meticuloso. Quanto mais cedo uma eventual anormalidade for detectada e corrigida, menor a chance de a usina reduzir a produção por indisponibilidade de equipamentos.

Em 2020, por exemplo, ano marcado pela pandemia de covid-19, a superintendência de Operação inspecionou mais de 4,4 milhões de itens da usina e identificou 2.842 anomalias – devidamente corrigidas. A Manutenção executou mais de 5,4 mil planos de manutenção periódicos. Obras fez 165 mil leituras de instrumentos e 908 inspeções de campo. E a Engenharia analisou, revisou, desenvolveu ou criou 5.381 documentos, que abrangem desde a instalação de novos sistemas, equipamentos e estruturas até a revisão das instalações existentes.

O diretor técnico executivo, Celso Torino, comenta que a pandemia apresentou novos desafios, exigiu a elaboração e planos de contingência, mas todos os esforços foram feitos para evitar grandes alterações nas rotinas de inspeção – 24 horas por dia, sete dias por semana. No final do ano, a taxa de realização das inspeções chegou a 98,98%. O índice de indisponibilidade forçada foi de apenas 0,09% (dentro da meta empresarial, menor que 0,5%). 

“Nosso time é muito comprometido e capacitado, atua de forma coordenada para manter a produção com confiabilidade e disponibilidade dos nossos ativos”, afirma Celso Torino, funcionário de carreira de Itaipu, e atual diretor técnico executivo da usina. Foto: Alexandre Marchetti

De olho no futuro
Vertedouro de Itaipu - Foto: Alexandre Marchetti

Para manter a alta produtividade, Itaipu adotou ao longo dos anos uma série de evoluções tecnológicas. Paralelamente, há mais de uma década, iniciou os estudos para o projeto de Atualização Tecnológica da Usina e de suas Subestações. Foi um trabalho extenso e meticuloso, com a participação de profissionais todas as diretorias da empresa, até o lançamento do edital internacional, no final de 2019. O projeto será implantado nos próximos 14 anos, com investimento previsto de US$ 964,7 milhões.

“É um investimento necessário para que continuemos com alta eficiência, sem prejuízo para o fornecimento de energia para os mercados do Brasil e Paraguai”, disse o diretor-geral brasileiro, general João Francisco Ferreira. (Foto Agência Brasileira de Notícias)

A modernização compreende a avaliação e substituição de equipamentos e sistemas de supervisão, controle, proteção, monitoramento, medição e suas respectivas interfaces com os processos de geração, subestações, vertedouro, os equipamentos auxiliares da barragem e da casa de força. Com um ciclo de vida maior, equipamentos pesados, como turbinas e geradores, não são substituídos.

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