O diretor de Coordenação e Meio Ambiente da IB, Nelton Friedrich |
A experiência do Programa Cultivando Água
Boa (CAB) foi uma das principais fontes de inspiração para o livro Um olhar territorial para o desenvolvimento,
que possui cinco volumes (um para cada região do País) e retrata a nova visão
de desenvolvimento do BNDES. O volume da Região Sul contém um capítulo especial
sobre a experiência da Itaipu e parceiros do programa socioambiental, escrito
pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente da IB, Nelton Friedrich.
Conforme o assessor da presidência do
BNDES e um dos organizadores da obra, Walsey de Assis Magalhães, o banco, desde
sua fundação, em 1952, vinha trabalhando com uma visão setorial muito forte. Ou
seja, procurava atuar no desenvolvimento da indústria nacional (principalmente
bens de capital e insumos básicos), com foco na infraestrutura e nas rotas
tecnológicas ligadas a cada setor.
A partir de 2007, com a entrada de Luciano
Coutinho na presidência do banco, o BNDES passou a trabalhar mais com uma visão
voltada ao desenvolvimento regional. “Isso se dá de duas formas. Primeiro, tem
a ver com a maneira como as empresas que estão se instalando podem se converter
em instrumentos de desenvolvimento de uma região e, segundo, pensar como trabalhar
os vazios econômicos, onde não há presença de grandes empresas”, explicou.
Segundo Magalhães, a experiência do CAB
estava em consonância com essa visão, principalmente pela maneira como Itaipu
se relaciona com as comunidades do entorno. “O CAB é o melhor exemplo de
atuação de uma empresa no entorno do projeto que a gente conhece”, garantiu.
A partir dessa experiência, o BNDES cunhou
seu próprio modelo, calcado em três elementos principais: incentivar o
protagonismo local (inspirado nas Oficinas do Futuro do CAB, a ideia é garantir
a participação da sociedade civil organizada e demais atores presentes no
território de forma institucionalizada, semelhante ao Comitê Gestor do CAB); a
construção coletiva da Agenda de Desenvolvimento Territorial (equivalente ao
Pacto das Águas, do CAB); e disponibilizar mecanismos de financiamento.
“Esse é um modelo que já em curso em Belo
Monte, no Pará, e no polo naval junto ao porto de Rio Grande (RS)”, disse
Magalhães. “O Cultivando Água Boa é uma das melhores experiências que tive a
oportunidade de conhecer. Uma experiência que deve ser mais conhecida e
divulgada”, acrescentou o superintendente de Planejamento do BNDES, Claudio
Figueiredo Coelho Leal.
Além de apresentar cases como o CAB e o
ponto de vista do BNDES sobre as oportunidades de desenvolvimento de cada
região, os livros também trazem avaliações externas sobre a atuação do banco e
contribuições sobre como essa atuação pode ser melhorada.
Os livros foram lançados em seminários realizados em
cada região no final do ano passado. O volume do Sul foi apresentado em Porto
Alegre, no dia 18 de dezembro, em um evento que contou com a participação de
representantes de bancos regionais, cooperativas de crédito, agências de
desenvolvimento, governos estaduais e universidades, e que foi aberto com uma
palestra sobre o CAB. A expectativa é que um seminário semelhante seja
realizado na região Oeste do Paraná, para o lançamento da obra.Com assessoria...
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