A empresa assinou dois acordos
para continuar assessorando agricultores familiares, indígenas e quilombolas em
26 municípios da BP3.
A Itaipu Binacional vai manter, pelos
próximos três anos, duas parcerias que beneficiam 1.200 famílias da região da
Bacia do Paraná 3 (BP3), no Oeste do Estado, por meio do Programa Cultivando
Água Boa (CAB). Nesta sexta-feira (6), no Show Rural, em Cascavel (PR), a
empresa assinou dois acordos para continuar assessorando agricultores
familiares, indígenas e quilombolas em 26 municípios da BP3 e também nas
cidades de Toledo e Palotina, no Paraná, e de Mundo Novo, no Mato Grosso do
Sul.
As parcerias são com a Cooperativa de
Trabalho e Assistência Técnica do Paraná (Biolabore) e o Centro de Apoio ao
Pequeno Agricultor (Capa).
A cerimônia de assinatura ocorreu no
estande da binacional no Show Rural, com a presença de produtores rurais e dos
representantes das instituições. Como a minuta dos documentos ainda será
concluída, o ato foi simbólico, mas já estabelece o compromisso das parceiras.
Itaipu também fez a entrega dos primeiros
exemplares do Calendário Astronômico-Agrícola (edição 2015) e do Anuário
Brasileiro da Agricultura Familiar 2014. O material será repassado aos
agricultores e técnicos parceiros do Programa Desenvolvimento Rural Sustentável
de Itaipu.
Participaram da solenidade o diretor-geral
brasileiro da Itaipu, Jorge Samek; o diretor de Coordenação e Meio Ambiente,
Nelton Friedrich; o presidente da Biolabore, Lindomar Assi; o coordenador do
Capa, Vilmar Saar; o deputado estadual Ademir Bier; o presidente do Conselho de
Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu, Jucerlei Sotoriva;
e os prefeitos Jaime Basso (Céu Azul), Natal Nunes Maciel (São Pedro do Iguaçu)
e Moacir Froehlich (Marechal Cândido Rondon).
O evento teve a participação de
representantes de cooperativas da região, como a Coopamel e Cooperfam, e de
instituições parcerias –Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão
Rural (Emater); Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e Centro Paranaense de
Referência em Agroecologia (CPRA).
“O programa Cultivando Água Boa não é só
da Itaipu, mas de todos os seus parceiros, incluindo as prefeituras, porque
exigimos sempre uma contrapartida do poder público municipal. Com eles
aprendemos uma convivência sadia, que se repete com entidades como o Capa e a
Biolabore”, disse Samek, durante a solenidade.
“Esses convênios cobrem vários nichos e
segmentos, que fomentam o desenvolvimento sustentável e harmônico de forma
horizontal e equilibrada”, disse Friedrich. Para o diretor, a importância
desses acordos não é vista só no campo, mas também no próprio fortalecimento
das cooperativas de assistência técnica da região.
“A Biolabore começou do zero em 2003. Hoje
essas entidades disputam e ganham editais no Ministério de Desenvolvimento
Agrário, gerando novos talentos e contribuindo para a inteligência regional”,
afirmou Friedrich.
O presidente da Biolabore, Lindomar Assi,
confirma a amplitude ganhada pela cooperativas nos últimos anos. “Por meio da
parceria com a Itaipu nos tornamos referência internacional. O contrato de hoje
é fruto do reconhecimento gratificante de várias ações desenvolvidas por nós
nesses dez anos em todo o Oeste e Noroeste do Paraná”, disse.
Durante a cerimônia, o coordenador do
Capa, Vilmar Saar, narrou um pouco da evolução do trabalho em campo depois de
estabelecida a parceria com Itaipu. “No primeiro momento, quando o Capa foi
chamado, tínhamos nove técnicos em campo. Agora, passaremos para 16 técnicos,
incluindo agentes de produção indígena”, afirmou Saar, que destacou outro
benefício do convênio, ampliado para 36 meses “Teremos mais tranquilidade para
planejamento a médio prazo com este contrato de três anos.”
A assinatura encerrou a agenda
institucional de Itaipu no Show Rural Coopavel 2015, em Cascavel. Ao longo da
semana, a hidrelétrica promoveu o lançamento de dois livros em seu estande, um
sobre plantio direto e outro com enfoque no biogás/biometano.
Maior
e melhor
As instituições darão assessoria direta
nas propriedades rurais e em suas organizações. Ao todo, serão atendidas sete
cooperativas e 22 associações, que receberão assessoria na gestão desde a
organização de documentos e o planejamento da produção até a comercialização
dos produtos.
As comunidades indígenas atendidas ficam
em São Miguel do Iguaçu (Ocoy) e Diamante do Oeste (Itamarã e Añetete). As
famílias quilombolas estão localizadas em São Miguel do Iguaçu (Apepú) e Guaíra
(Manoel Ciríaco dos Santos).
Com os novos acordos, o número de técnicos
em campo passará de 26 para 32. “Daremos continuidade a um projeto iniciado há
mais de 10 anos, com assistência técnica aos agricultores. No início, eram 188
famílias atendidas. Hoje estamos com 1.200, o que é um grande ganho”, disse
Sergio Angheben, Gestor do Programa Desenvolvimento Rural Sustentável do CAB.
O contrato assinado com a Biolabore prevê
a realização de mais de 14.600 atividades, em três anos. Serão promovidas ações
para fortalecimento de associações dos produtores, descrita no contrato como
“assessoria técnica na organização social e associativa”.
A Biolabore atuará com Assistência Técnica
e Extensão Rural (Ater) nas áreas de agricultura orgânica, turismo rural,
apicultura, plantas medicinais e gestão de bacias hidrográficas para
agricultores familiares na BP3. O repasse foi de R$ 4,1 milhões.
O convênio com o Capa também será de 36
meses. Pelo acordo o órgão prestará assessoria técnica e extensão rural à produção
agropecuária de base ecológica, ajudará na organização social de agricultores
familiares e na sustentabilidade das comunidades indígenas da BP3. O
investimento para as atividades é de R$ 2 milhões.
A lista de ações contempla a realização de
palestras, oficinas, reuniões técnicas, cursos, ações de pesquisas e
desenvolvimento. Os produtores terão respaldo para assessoria dos processos de
certificação e terão difundido o uso da homeopatia.
“O que temos visto é o progresso do
agricultor. Muitos passaram de funcionário a proprietário de agroindústria”,
disse o técnico do Capa, Edimar Silveira da Silva, que há três anos atua com
agricultores familiares de Foz do Iguaçu. “Mais do que recursos para as
entidades, essas parcerias trazem um ganho para a região maior do que podemos
pensar. Hoje os agricultores têm renda e trocam de carro.”
A principal ferramenta são as atividades
de Ater (Assistência Técnica e Extensão Rural). O Ministério Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS) dispõe de uma política nacional específica sobre
o tema. A ideia é fortalecer a agricultura familiar e promover o
desenvolvimento rural sustentável, a exemplo do que faz Itaipu por meio do
Cultivando Água Boa.
Durante o Show Rural Coopavel, exemplos
concretos de Ater puderam ser conferidos na Vitrine Tecnológica de Agroecologia
montada por Itaipu e outras dez instituições. “A vitrine é uma forma de trazer
a Ater ao evento”, disse Ronaldo Pavlak, da Divisão de Ação Ambiental de Itaipu
e coordenador da Vitrine Tecnológica de Agroecologia.
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