COM ASSESSORIA
Iniciativa reúne
Embrapa e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e prevê
investimentos de R$ 7,38 milhões em três anos.
O
diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, o ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, e o presidente da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, assinaram, nesta
sexta-feira (30), em Esteio (RS), um convênio para desenvolver tecnologias na
área de biogás.
Chamado
de “Tecnologias para produção e uso de biogás e fertilizantes a partir do
tratamento de dejetos animais no âmbito do Plano ABC – Agricultura de Baixo
Carbono”, o acordo prevê investimentos de R$ 7,38 milhões em três anos,
abrangendo 12 planos de atividades.
As
ações envolvem desde a análise de produção de biogás até o desenvolvimento de
equipamentos, filtros e estudos de viabilidade econômica de plantas de biogás.
Metade do valor será repassado por Itaipu e os 50% restantes pela Embrapa.
A
assinatura do convênio ocorreu no Parque de Exposições Assis Brasil, dentro da
programação da Expointer 2013, considerada uma das maiores e mais importantes
feiras agropecuárias do mundo. A feira foi aberta oficialmente também nesta
sexta-feira pelo governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro.
A
assinatura do convênio no Rio Grande do Sul formaliza o termo de acordo firmado
em abril, em Brasília, durante as comemorações dos 40 anos da Embrapa.
“Foi
uma grande cerimônia. Todos ficaram satisfeitos de ver a maior geradora de
energia do mundo estimulando a menor forma de produção de energia, que é a
geração distribuída. É uma revolução no conceito”, disse Samek, lembrando que
os problemas ambientais provocados pela produção agropecuária não afetam apenas
a bacia do Rio Paraná, mas todo o Brasil. “Estamos transformando um problema em
solução.”
Também
participaram da solenidade o secretário nacional da Agricultura Familiar,
Valter Bianchini; o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero
Bley Jr.; o assessor da diretoria-geral brasileira da Itaipu, Herlon Goelzer de
Almeida; diretores da Embrapa, deputados estaduais e federais, entre outras
autoridades.
Planos de ação
Dos
12 planos de atividades previstos no convênio, Itaipu ficará responsável por
dois. Um deles terá o objetivo de desenvolver equipamentos de transporte,
filtragem e armazenamento de biogás, e também o uso do biogás como energia
elétrica, térmica e veicular; o outro plano será voltado para o mapeamento e
identificação de áreas potenciais para produção de biogás.
O
trabalho será desenvolvido pela Superintendência de Energias Renováveis, com o
apoio da Fundação Parque Tecnológica Itaipu (FPTI), Centro Internacional de
Energias Renováveis (CIBiogás-ER) e Centro Internacional de Hidroinformática.
A
iniciativa envolverá ainda 14 unidades descentralizadas da Embrapa – Suínos e
Aves, Arroz e Feijão, Solos, Agroenergia, Gado de leite, Agrobiologia, Pecuária
Sudeste, Instrumentação Agropecuária, Agrossilvipastoril, Florestas, Milho e
Sorgo, Agropecuária Oeste e Secretaria de Relações Internacionais.
O
projeto reúne também pesquisadores da Fundação Arthur Bernardes, de Viçosa
(MG), Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Universidade Estadual de
São Paulo (Unesp), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF),
Instituto Nacional de Tecnologia, Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Inmetro.
Condomínio Ajuricaba
O
convênio com a Embrapa e o Ministério da Agricultura tem como referência o
projeto desenvolvido por Itaipu e parceiros desde 2009 no Condomínio de
Agroenergia para Agricultura Familiar Sanga Ajuricaba, em Marechal Cândido
Rondon, no Oeste do Paraná.
No
condomínio, dejetos da produção agropecuária de 33 pequenas propriedades rurais
(suínos e gado de leite) são transferidos para biodigestores, para a extração
do gás metano. Os biodigestores estão conectados por gasoduto a uma central
termelétrica, que abastece com energia elétrica as propriedades rurais.
Todo
o excedente de energia produzido no Ajuricaba poderá, no futuro, ser vendido
para a distribuidora de energia do Estado. Já a matéria orgânica que passa pelo
biodigestor é transformada em um biofertilizante de alta qualidade.
“É
uma importante iniciativa, que serve de modelo para que a gente possa pensar no
uso alternativo de energia e, ao mesmo tempo, agregar valor às propriedades
rurais”, disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, que visitou
o condomínio no começo de agosto.
Segundo
Vargas, a iniciativa de Itaipu “merece todo o esforço para que possa ser
replicado e se constitua em uma nova alternativa para a agricultura familiar
para o Brasil inteiro”.
De
acordo com a Embrapa, o Brasil tem potencial para tratar 4,4 milhões de metros
cúbicos de resíduos da suinocultura, o que evitaria o lançamento de 6,9 milhões
de toneladas de CO2 na atmosfera.
O
mesmo projeto desenvolvido em Marechal Cândido Rondon será replicado em um
condomínio no Departamento (Estado) de San Jose, próximo a Montevidéu, no
Uruguai, conforme prevê convênio assinado no último dia 23 por representantes
da binacional, Eletrobras e Administração Nacional de Usinas e Transmissões
Elétricas do Uruguai (UTE), ligada ao Ministério da Indústria, Energia e
Mineração do Uruguai.
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